Quando chegou a notícia em SuzanoQue a alimentação iria melhorar;Os guardas saudaram com bradosE começaram a comemorar.Pela expectativa por uma alimentaçãoQue os deixasse mais entusiasmados;E porque a comida que vinha de HortolândiaEstava com os dias contados.Em Suzano os guardas sempre desejaramUma alimentação tão boa que fosse infinita;Pra não ter mais que comprar marmitexE não precisar de levar mais marmita.Dai então que foi decidido lá em cimaPra iniciar já no comecinho da semana;Que tanto a comida do guarda quando a boia do presoPassariam a vir de Santana.Lá em Santana há uma estrutura de cozinhaE a comida já sai direto;Abastecendo algumas cadeiasQue fazem parte da Coremetro.Mas certo guarda que pediu pra ficar em offEscalado pelo chefe de seu plantão ;Saiu três horas da madrugada de SuzanoPra buscar a alimentação.Ao chegar em Santana entrou numa filaPra carregar o café e os sacos de pão;Quando de repente um enorme ratoPulou pra dentro do caminhão.Os presos dali que estavam responsáveisDe carregar o transporte da alimentação;Não conseguiram pegar o ratoQue se embrenhou pelo meio dos sacos de pão.Foi então que o guarda motoristaNa precisão de voltar pra findar seu plantão;Rumou pra Suzano levando o caféCom o rato dentro do caminhão.Ao chegar à cadeia avisou o diretor da portariaQue de pronto formou um grande aparato;Quatro guardas com vassouras nas mãosPra encontrar e matar o rato.Pelo estrago feito nos pacotes de pãoO rato era grande, dava pra ver;Que não encontrado no caminhãoDeva ter se jogado na Marginal Tietê.Indignados os guardas, não muito surpresosLevaram na boa e mantiveram a paz;Porque desde que Suzano virou CoremetroTodo mundo ficou com um pé atrás.Afora o contento de ter se livradoDa comida que vinha de Hortolândia;A única coisa que chega pra SuzanoSão os ex moradores da cracolândia.Uma coordenadoria que não tem gestãoE não é capaz de resolver seus problemasComo a barata encontrada na comidaDos guardas do CDP de Diadema.O caso do rato do CDP de SuzanoPara a SAP não chega ser o bastante;Porque tanto o secretário como DGPPCom certeza almoçam em restaurantes.O Diretor do CDP de Suzano falouSe a comida continuar vindo com ratoVai começar a liberar os guardasPra almoçar e jantar no Bom PratoMas disse que, pra evitar que aconteça de novoVai mandar um ajudante no caminhãoE um gato preto que tem em SuzanoChamado de Renatão.
POEMA: OS RATOS DO CDP DE SUZANO
POEMA: O TRISAL III E A BASILEIA DE TREMEMBÉ
Quando os gregos conceberam a arquitetura
Transformando-a em artes universais;
Eles remeteram o conceito de nobreza
Às residências e aos palácios imperiais.
Daí mais tarde os povos bizantinos
Se inspiraram nos gregos e suas ideias;
E construíram residências oficiais
Dando a elas o nome de basileia.
Muito embora fosse um esconso palaciano
A basileia era a sede da partilha;
Além de ser a moradia oficial
Do imperador e de sua família.
Mas tá correndo aí pelo Vale do Paraíba
E conversa fiada não é;
Que está sendo construída uma basileia
Na penitenciária feminina de Tremembé.
Tomadas de luxúria as cadeias de Tremembé
Desde que o complexo formou um trisal;
Corre uma reforma que já dura quase um ano
Na residência oficial.
As guardas que trabalham ali relatam
Que viram os presos em trabalhos servis;
Nos feriados e até nos finais de semana
Reformando a basileia pra imperatriz.
Falam que os presos trabalham sem descanso
E sem terem horas intercaladas;
Carregando latas e sacos nas costas
Quinem os mineiros de Serra Pelada.
Falam também que pela reforma ser grande
E a cadeia não ter funcionários;
É o próprio marido da imperatriz
Que toma conta dos presidiários.
As policiais penais da P2 feminina
Falam assim que não fazem ideia;
De onde sai tanto dinheiro
Pra fazer essa reforma na basileia.
Enquanto isso lá dentro da carceragem,
Na enfermaria e na inclusão;
A cadeia está de deteriorando
E quase caindo ao chão.
Não tem bebedouro pras guardas beberem água
Não tem computadores e nem rádios HT;
E a única reforma que se viu até agora
Foi uma pintura pra inglês ver.
Nos setores da cadeia há muita gambiarra
E fios expostos por todo lado
A tempo de ter um curto circuito
E alguém morrer eletrocutado.
Nos raios as presas cumprem suas penas
Em celas sucumbidas e apagadas;
Paredes repletas de rachaduras
E grades enferrujadas.
Os cadeados das trancas vivem emperrando
Num mistério difícil de descobrir;
Quando abre é difícil trancar
E quando tranca é difícil abrir.
No RCD a situação tão caótica
É tal como nunca se viu;
Porque o único telefone que funcionava
O rato roeu o fio.
As policiais de um certo turno
Se sentiram bastante infeliz;
Porque reclamaram por coisas óbvias
E sequer foram ouvidas pela imperatriz.
A imperatriz desdenha o perigo
E não leva as guardas a sério
E deixou de ser a pessoa que era
Depois que assumiu o Império.
As colegas falam que dor de barriga
É o mesmo que uma diarreia;
E o dia que ela perder o Império
Vai ter que ir embora da basileia.
POEMA: OS RATOS DO CDP DE SUZANO
Quando chegou a notícia em Suzano Que a alimentação iria melhorar; Os guardas saudaram com brados E começaram a comemorar. Pela expectativa ...