POEMA "O GUARDA MEDIDOR DE BIGODE"


Depois de mais de três anos sem concurso público

E perdurando o deficit funcional;

O governo decidiu finalmente

Abrir concurso para Polícia Penal.

 

Serão mil e cem vagas de imediato

Podendo chamar muito mais gente depois;

Um concurso dentro dos moldes antigos

Com dois anos de validade podendo prorrogar por mais dois.

 

Mas por enquanto ainda é tudo articulação

E corre o risco de ficar só para o ano que vem;

Porque é preciso ver quais os cargos precisam

E quantas vagas que tem.

 

Entretanto com a portaria do DGPP

E vendo na Lei se pode ou não pode;

Vai ter que abrir um concurso urgente

Para guarda medidor de bigode.

 

Nesse novo cargo o dito guarda

Vai ficar ali pela portaria;

Com uma régua na mão

Conferindo quem tá com o bigode em dia.

 

Caso o bigode estiver fora das normas

Da portaria imposta pelo DGPP;

O guarda vai ter que voltar pra casa,

Passar na barbearia e fazer.

 

Mas se porventura o bigode estiver bem aparado

E a barba não estiver tão cheia;

O medidor de bigode libera o guarda

E o guarda pode atracar na cadeia.      

 

O que se acha é que enquanto não abre o concurso

E pela demanda que tem o serviço;

Toda cadeia sempre tem um guarda

Que já pode ir fazendo isso.

 

O bigode que antes era apenas estilo

Virou elemento de segurança;

E o guarda pode responder um PAD

Ou no mínimo uma sindicância.

 

Enquanto isso lá dentro da cadeia

Bem debaixo da barba do diretor;

Os presos continuam barbudos

Sem sabonete e sem barbeador.

 

Ninguém contava que numa cadeia

A barba tivesse uma discrepância de peso;

Porque ela pode punir o guarda

Mas não pode punir o preso.

 

Numa época de ascendência do crime

E trabalho imenso para contê-lo;

Os caras estão preocupados

É com barba, bigode e cabelo.

 

Mas toda cadeia é assim mesmo

Esse mesmo angu de caroço;

Obedece quem tem juízo

Manda quem tem o bigode grosso.

 

 

 

4 comentários:

  1. Realmente tem tantas coisas para se preocupar,que isso se torna uma piada.

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    1. É verdade...estamos todos sujeitos à essas ideias que de nada aproveitam.

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  2. Quando as cadeias viravam por qualquer coisa não tinha essas idiotices.

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