POEMA: O IMBRÓGLIO DO AZULZINHO
Tá correndo
aí pelas cadeias do Estado
E foi objeto
de um amplo informe;
Que a
diretoria geral tem imposto critérios
Para o uso
de uniformes.
Como os
novos uniformes ainda não foram liberados
E as coisas
não podem ficar assim;
Pediram pra
não usar o preto
Mas também
não obrigaram usar o “azuzim”
O azulzinho
é aquele estilo camisa polo
Que além do
requinte estabelece respeito;
A
bandeirinha oficial no braço
E o brasão
do Estado estampado no peito.
Também todos
sabem é aquele
Que já não
imprime mais identidade;
Mas que
fazia os guardas sentirem
Uma sensação
de virilidade.
No começo
quando chegou nas cadeias
A adaptação
foi bastante lenta;
Até parecer
que o azulzinho foi feito
Para os guardas com mais de sessenta.
Realmente
aquele tecido engomado
E
discrepância de tamanhos era foda;
E o
azulzinho que no começo bombou
Acabou
ficando fora de moda.
Porém os
guardas que são mais antigos
Antes da Polícia
Penal aprovar;
foram
categóricos em afirmar que o azulzinho
Fazia o
astral levantar.
Sabem também
que ainda não há uniforme
E que por
ora nada foi decidido;
Mas com
vergonha a maioria dos guardas
Deixa o
azulzinho escondido.
As mulheres
que trabalham nas cadeias
Costumam
falar que os guardas novinhos;
Se mostram
mais homens e mais masculinos
Quando usam
o azulzinho.
A camiseta
preta com caveira e logo da SAP
É bacana
para o guarda barriga tanquinho;
Mas ele só
consegue ser macho mesmo
Quando entra
no azulzinho.
Tem Diretor
Geral de cadeia,
Muitas vezes
até embaixo da blusa;
Ele usa o
azulzinho
Mas têm
vergonha de falar que usa.
Na antiga
sede na Ataliba Leonel
Antes da
sede da secretaria se mudar;
O secretario
que nunca chegou usar azulzinho
Fez o povo
ali parar de usar.
O Diretor Geral
da Polícia Penal falou
Que não vai
se apegar a casos periféricos;
E se não
resolver esse impasse dos uniformes
Vai comprar
um azulzinho genérico.
A rapaziada que
faz as escoltas
Que roda São
Paulo pra cima e pra baixo;
Disseram que
não aceitam usar o azulzinho
Pra não
ficar sem aquelas caras de macho.
Para que não
fique quaisquer dúvidas
E a
rapaziada fique tranquila;
Estamos
falando de uniforme
E não de
tadalafila.
Entretanto,
quem não quer esperar os uniformes novos
Mas também
não usa o azulzinho;
Procura aí
pelas portas das cadeias
Um cara
bacana chamado Luizinho.
Comentários
Postar um comentário