POEMA: O 6° PELOTÃO DE ESCOLTA E A CORRIDA PELA VIDA

O 6° pelotão da base de escolta de Santana

É mais um dentre tantos outros pelotões;

Formado por três bravos policiais

O Macedo, o Aldo e o Simões.

Na correria pelos cantos da cidade

A verdade é que, não existe tempo de sobra;

E como diz o jargão popular

O sexto pelotão é pau pra toda obra.

Mas num desses dias atrás esses bravos

Viveram o extraordinário;

Quando já estavam com fome e cansados

Há algumas horas além do horário.

Ao retornarem de um recolhe em Mogi das Cruzes

Após um júri na cidade de Guararema;

Passavam por volta das 22h00 horas

Pela rodovia Airton Senna.

O pelotão rumava sentido à base 

Na lentidão morosa do asfalto;

Quando perceberam um carro atrás

Acenando com faróis altos.

Os bravos policias da escolta

Fizeram uma brusca e cautelosa parada;

Na iminência de que pudesse ser

Uma emergência ou até uma emboscada.

Quando do carro saltou um casal

Rezando cruzar com a sorte;

E nos braços um recém nascido 

Agonizando entre a vida e a morte.

A mãe em estado de total desespero

Comprimindo em seu coração 

O bebê que já estava com lábios roxos

E baixa saturação.

Foi então que o Simões encarregado da equipe

Colocou a mãe e o bebê no banco;

Ligaram o hay ligth e saíram a milhão 

Pro hospital São Luís do Amália Franco.

Saíram queimando asfalto na Airton Senna 

Pegaram o fluxo da Marginal;

Contornaram sentido à zona leste

O caminho mais curto pro hospital.

Entraram na Avenida Regente Feijó

Após a ponte da Radial;

Há seis quilômetros do Estádio do Corinthians 

Campeão da Libertadores e bi campeão mundial.

Pegaram a avenida Salim Fará Maluf

Abrindo caminhos na via;

Entraram rasgando na Dr Migliano 

Pra pegar a Avenida Água Fria.

Tomados de adrenalina aquela altura

O Aldo e o Macedo já estavam brancos;

E após 23 minutos contados

Chegaram no Hospital do Anália Franco.

O médico que atendeu a criança falou

Que três minutos seriam demais

E que a criança só teria sobrevivido

Pela presteza dos policiais.

A equipe do sexto pelotão da escolta

Talvez guarde no seu imaginário;

Porque que naquele dia 

Passaram do seu horário.

Há um ditado popular tão conhecido

Se pertinente ou impertinente não importa;

Que Deus, embora justo

Escreve certo por linhas tortas.

Haja visto que Deus com toda retidão

Toda justiça e poder;

Primeiro endireita as linhas

Pra depois Ele escrever.

Esse episódio tão cheio de heroísmo

Exprime dor, alegria e glória

E é a prova de que Deus não escolhe as linhas

Quando quer escrever uma linda história.