POEMA: A PENITENCIÁRIA 1 DE SÃO VICENTE E O BONDE DO JOTÃO


 


 

O complexo penitenciário de São Vicente

Na região central da Baixada Santista;

É um dos maiores aglomerados de cadeias

Da administração penitenciária paulista.

 

As unidades que formam o complexo

Já nasceram peremptórias;

Duas penitenciárias, um centro de progressão

E um centro de detenção provisória.

 

Às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega

Numa reserva de matas esplendorosa;

O complexo abriga quatro mil e oitocentos detentos

Fortemente ligados a facções criminosas.

 

Mas correu aí pela baixada santista

E foi notícia na região;

Que o coordenador e uma comitiva de bigode grosso

Baixaram no complexo de supetão.

 

Ao chegarem foram direto para a P1

E passaram em revista na portaria;

Foram pro corpo da guarda onde havia uma denúncia

De abandono total de zeladoria.

 

Ao fiscalizar a muralha o coordenador

Fez um semblante funesto de desabono;

Após deparar com o corpo da guarda

Totalmente entregue ao abandono.

 

Teias de aranha emaranhadas pelas torres

Portas quebradas e sem fechaduras;

Lixo espalhado, resto de papeis

E paredes cheias de rachaduras.

 

Na casa da guarda havia pedaços de madeiras,

Em meio aos aparelhos e equipamentos;

Muito entulho e resto de materiais

Onde ficam os coletes e os armamentos.

 

Os pontos de apoio nas extensões da muralha

Algumas com infiltrações nas coberturas;

E as passagens de acesso às torres

Cheias de trincas nas estruturas.

 

Decepcionado o coordenador falou

Que o trabalho é uma parte da nossa casa;

E que a Penitenciária 1 de São Vicente

Tá parecendo os escombros da Faixa de Gaza.

 

O Diretor adjunto da penitenciária

Também com o semblante desolador;

Não sabia onde por sua cara

Com a visita repentina do coordenador.

 

De pronto promoveu uma grande faxina

Jogando tudo que tinha ali;

E os presos saíram carregando as tranqueiras

E os colchões velhos dos guardas dormir.

 

Insatisfeito com o estado do corpo da guarda

Encontrou uma solução;

Destituiu do cargo o Diretor de centro

Conhecido como Jotão;

 

Diretor de Centro do corpo da guarda

Com alguma experiência como diretor;

Jotão levou um bonde pela suposta vergonha

Que fez passar o coordenador.

 

Testemunhas contam que a partir desse fato

O Diretor que assumiu o lugar do Jotão;

Continuou dando bonde nos chefes de turno

Como parte da solução.

 

Foi então vendo de quem ia livrar a cara

Relutou pra dar um destino

A um chefe de turno que tem o apelido

De Beiço de Toba de Babuíno.

 

Os colegas contam que esse chefe de turno

Que coordenava uma equipe de dia;

Implorou de joelhos ao Diretor de centro

Pra não sair da chefia.

 

Alegou que ninguém gostava dele

E que vivia debaixo de açoite;

Até que o Diretor de Centro do corpo da guarda

O mandou para o turno da noite.

 

Ao saberem os guardas uriçaram

E decidiram em reunião;

Que, se o Beiço de Toba de Babuíno ficasse

Eles não iam assumir o plantão.

 

Daí então surgiu um impasse

Que gerou uma tremenda de uma confusão;

Os guardas não queriam o Beiço de Toba

E o Diretor de centro não queria o Jotão.

 

Mandaram o Jotão pro RH

Pra cabeça dele espairecer;

E o Beiço de Toba que ninguém queria

Ganhou um bonde pro CDP.

 

Os guardas abraçaram os bondes

Que por esse motivo tornou-se frequente;

Uma cortina de fumaça dos problemas que afligem

A Penitenciária 1 de São Vicente.

 

Falta de funcionários, escassez de materiais

Uma cadeia totalmente abandonada;

Em meio ao montante de dinheiro que tem

Com os impostos que o governo arrecada.

 

A premissa é que a P1 de São Vicente

Enrolada em suas próprias teias de aranha;

Depôs os chefes do corpo da guarda

E os transformou em boi de piranha.

 

A Secretaria da Administração Penitenciária

É a mão que tece esse embaraço;

E pune os guardas por não cuidar de cadeias

Que estão caindo aos pedaços.

 

O Estado nunca vai assumir

Os seus erros e seus desatinos;

Enquanto nas cadeias tivermos os “Jotões”

E os “Beiços de Toba de Babuíno”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POEMA: O PAPARAZZO DE MAUÁ


 

Os paparazzos são fotógrafos

Caçadores de celebridades;

E são conhecidos por fotografar pessoas

Em seus momentos de intimidades.


Do mais acoçado flagrante

Até uma imagem feita ao acaso;

Quanto maior for o furo

Melhor é o paparazzo.


Foi com essa vontade de dar um furo

E um talento imenso pra fotografar;

Que apareceu um paparazzo

No Centro de Detenção Provisória de Mauá.

 

Segundo uma informação 

Que tá correndo a região fo ABC;

O paparazzo entra na cadeia 

Com um celular que ninguém pode ver.


Ele percorre os banheiros e as salas

Com uma visão extraordinária;

E discretamente fazendo imagens

Das bandas das funcionárias.


Quando as mulheres da cadeia se agacham 

Pra pegar qualquer coisinha;

Ele procura o melhor ângulo 

Pra fotografar a calcinha.


Dissimulado ele age

Como agem os maníacos sexuais;

Depois joga as imagens nos grupos

E nas redes sociais.


Mas certo guarda da carceragem 

Que prefere ficar de boca fechada;

Viu o paparazzo com um celular

No banheiro da rapaziada.


Ninguém sabe se é fetichista

Ou se é pra fazer photoshop;

Ou se é pra comparar entre os guardas

Quem tem a benga maior.


Estaria o paparazzo

Tomado de um estado exitante;

E divulgando as imagens que faz

Em algum site de acompanhantes?


Ou seria um desvio comportamental

Por alguma frustração que ele tinha;

Porque quando era menino

Fora abusado por algum coleguinha?


Procurada pela imprensa

A secretaria quer nem comentar;

Mas já pediram a cabeça 

Do paparazzo de Mauá.


Já que ele não se comporta

E nem consegue parar quieto;

Vai ser obrigado a ver as calcinhas

Lá na cadeia de Parada Neto.








POEMA: O PANTERA NEGRA DA SHOPEE E SUA ESPOSA JANJA


Os guardas da base da escolta de Santana
Bairro próximo ao centro da capital;
Formam uma das principais guarnições
Do núcleo de operações da Polícia Penal.

São eles que guardam os traslados
Do indivíduo enquanto fora da prisão;
Desde o ladrão de galinha
Até os chefes mais altos da facção.

De São Bernardo do Campo a Franco da Rocha
De Mogi das Cruzes a Itapecerica da Serra;
Estes bravos estão sempre apostos 
Pras intempérie no fronte de guerra.

Desde que os cargos foram unificados
E que a Polícia Penal regulamentou;
Os guardas da base de escolta de Santana
Comeram o pão que o diabo amassou.

Acontece que tem sido motivo de queixas
E fora de procedimentos legais;
Que um certo casal que da as ordens ali
Está humilhando os policias.

Expostos ao estresse do dia a dia
Além do trânsito louco da capital;
O medo dos guardas agora é o poder
Que subiu pra cabeça do ditoso casal.

Ele por ser diretor de 1,99
Mas faz o que bem entende ali;
Ganhou dos guardas o apelido
De Pantera Negra da Shopee. 

Ela que mete o bedelho em tudo
Fala, esnoba e esbanja;
Como é esposa do Pantera Negra
Ganhou o apelido de Janja.

Certo guarda que é também da base da escolta
Falou que o Pantera Negra da Shopee;
Há um tempo atrás deu uma vacilada
E levou um bonde dali.

O motivo teria sido uns bloquetes de cimento
Que foram desviados para o meio do mato;
E até hoje ninguém sabe dizer
Se foi doação ou se foi peculato.

Passado um tempo foi novamente alçado ao cargo
E agora disse que não sai mais;
E que está incorporado do demônio
Com o espírito do Xandão de Moraes.

Como primeira dama da base de Santana a Janja
O Pantera Negra vai com ela nas escoltas;
Mas ninguém sabe se é pra ficar de olho nela
Ou se é só pra dar umas voltas.

Chateados os guardas falam 
Que tá na hora de dar um chega;
Porque ninguém ta mais aguentando a Janja
Nem seu marido o Pantera Negra. 

Informado desse despauterio o DGPP
Ainda não disse o que vai decidir;
Se vai manter ou se vai dar outro bonde
No Pantera Negra da Shopee. 

Falou que sobre o desvio de materiais da base
É um caso que não se repete
Desde que o Pantera compre o cimento
E a Janja faça os bloquetes.

Disse também que vai expedir uma ordem
Pra calar a boca da Janja;
Porque galinha que não cacareja
 Não costuma dar boa canja.

POEMA: O XVIDEO DE TUPI PAULISTA


A Penitenciária Masculina de Tupi Paulista

Já quase às margens do Rio Paranazão;

É uma das poucas unidades prisionais do Estado

Que não tem influência de facção.

 

Alí os presos são classificados

Como algozes do crime ou inimigos;

Ou que cometeram crimes libidinosos

E na gíria da cadeia são chamados de ‘artigos’.

 

Como o sistema prisional de São Paulo é severo

E a Policia Penal é legalista;

Todo criminoso dessa estirpe

Ou vai pra Andradina ou vai pra Tupi Paulista.

 

Mas corre uma notícia aí pelo fundão

E pela seriedade do caso vai ficar pequeno;

Onde dois detentos foram flagrados

Cometendo ato obsceno.

 

Segundo um guarda que quer ficar no anonimato

E pediu segredo pra relatar o que viu;

Os autores do ato teria sido um detento

Com uma presa trans chamada BRASIL.

 

Esse guarda relata que pela falta de funcionários

A cadeia sofre enorme carência;

E não tem guarda pra fazer a escolta do preso

Da portaria até à sala de audiências.

 

Relata também que na subida da escada

Há um ponto cego pelo qual se estima;

Que tira a visão do guarda que fica lá embaixo

E do guarda que fica lá em cima.

 

Nesse instante a presa Brasil que é trans

Passou pela conferência;

E subiu as escadas sem escolta

Pra uma oitiva na tele audiência.         

 

Foi então que os guardas não perceberam

Quando o outro detento subiu;

E ali mesmo no corredor do administrativo

Se atracou com a presa Brasil.

 

Sedentos de desejos trocaram carícias

Numa sede de amor canina;

Há poucos metros da sala de tele audiências

Na porta da sala do Disciplina.

 

Os guardas que trabalham ali no setor

E que deveriam escoltar os detentos;

Não sabem dizer se Brasil foi estuprada

Ou se houve consentimento.

 

Os funcionários da unidade foram orientados

Por via das dúvidas não darem entrevista;

Nesse caso que já está sendo chamado

De O Xvídeo de Tupi Paulista.

 

Ao tomar ciência do fato o Diretor de disciplina

Esperneou e fez um arraso;

E prometeu colocar no papel

Quem não abafasse o caso.

 

Como as câmeras internas filmaram

O Diretor então resolveu;

Assistir o vídeo do começo ao fim

Pra saber como tudo aconteceu.

 

Disse que vai mandar abrir sindicância

E vai pedir uma apuração;

Pra saber se tem guarda envolvido

Ou se foi prevaricação.

 

Por sua vez o Diretor Geral da cadeia

Disse que pelo menos um alivio ele sentiu;

De saber que não é só o Lula

Que anda 'fudendo' com o Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

POEMA: A LENDÁRIA EPOPÉIA DO JUMBO


 

Na década de mil novecentos e setenta
O grupo Sendas que teve sua sede no Rio;
Inaugurou na cidade de Santo André no ABC
O primeiro hipermercado do Brasil.

A partir desse marco nos anos seguintes
A rede de lojas passou a crescer;
Até que aportou no Parque da Água Branca
Nas imediações da Marginal Tietê.

A rede que em São Paulo ganhou o nome de Jumbo
Foi um grande mercado na região
E localizava-se a quinze minutos
Da antiga Casa de Detenção.

Reza a lenda que naquela época
As famílias dos presos que ali os visitavam;
Deram o nome de Jumbo às sacolas de mantimentos
Pelas quantidades que elas levavam.

Já naqueles anos na Penitenciária do Estado
Onde qualquer ruído se transformava num zumbo;
Podia-se mexer em tudo que fosse do preso
Menos na visita e tampouco no jumbo.

A rede foi vendida para o Grupo Pão de Açúcar
E desde então não existe mais;
E o jumbo, como gíria de cadeia
Existe até os dias atuais.

Foi então que a partir dessa época
Desde a antiga Casa de Detenção;
O jumbo não foi instituído como direito
Mas foi regulamentado como concessão.

Entretanto essa inolvidável benesse concedida aos presos
Diferentemente dos seus anos INICIAIS;
Continua motivo de controvérsia
Entre os Policiais Penais.

Há quem ache que deva limitar o jumbo,
há quem ache que deva diminuir;
E quem ache que, por ser uma concessão
O jumbo não deva mais existir.

Todavia o jumbo que não é uma obrigação administrativa
Assim como nem deveria;
Tem toda uma norma e critérios especificados
No site oficial da secretaria.

A lista do jumbo tem cento e dezoito itens
Alguns até inusitados;
Como lixa de pé, pó descolorante
Protetor solar, batom e pijama malhado.

Os guardas nas cadeias espalhadas pelo Estado
Sabem que pegam o grosso do chumbo;
Quando têm que, da manhã à tarde
Ficarem numa mesa revistando jumbo.

Furando barra de sabão, manuseando arapiraca
Derramando cloro e desinfetante;
Quebrando barbeador
E Cheirando água e refrigerante.

De São Vicente a Riolândia
De Bernadino de Campos a Caraguá;
Quando o assunto é jumbo, cada guarda
Tem uma história triste para contar.

Certo guarda de um CDP da baixada
Que não fala o nome para não arrumar uma treta;
Falou que estourou um litro de cândida
E perdeu uma calça e uma camiseta.

UMA guarda de Álvaro de Carvalho
Falou que no jumbo o cansaço é tamanho;
Que ela chega tão cansada em casa
Que dorme sem tomar banho.

O jumbo, qual tem caráter de concessão,
E qual deveria ser ponderado;
Se perpetuou como regalias dos presos
Pela inércia e pela ignorância do Estado

Que não sendo capaz de sanar a falta de suprimentos
Induz o sistema a uma falsa concórdia;
E nem cumpre o mínimo que deveria cumprir
Para com o indivíduo sob sua custódia.

De um lado o Estado responsável pela prisão
Do mesmo lado o guarda defeso;
E no meio a família sujeita à ignomínia 
Do que é dever do Estado para com o preso.

Entra administração, sai administração
Faz-se isso, fala-se aquilo
E não tem quem consiga acabar com o jumbo
Ou pelo menos diminuí-lo

Nesses quarenta e seis anos que se passaram
Houve mudanças tais quais necessárias;
A COESPE acabou, foi criada a SAP
A administração penitenciária.

O Jumbo Elétro virou Pão de Açúcar
A antiga Casa de Detenção virou pó;
E o jumbo dos presos que já era grande
Ficou foi ainda maior.

POEMA : A ENTOMOFAGIA DE DIADEMA


Reza a lenda que os antigos povos chineses

Desde sua antiguidade;

Por causa dos longos períodos de escassez

Passavam fome e dificuldades.

 

Há registros históricos e arqueológicos

Até mesmo por conta da medicina;

Que comer insetos e gafanhotos

Era muito comum na China.

 

Da dinastia Tang a dinastia Qing

Às suas gerações de tataranetos;

Até os dias de hoje

Os chineses se alimentam de insetos.

 

Não obstante para nós, pareça asqueroso

E maculado de impurezas;

Os insetos sempre fizeram parte

Da exótica culinária chinesa.

 

Mas está correndo aí por todo o sistema

E não é boato porque é um fato concreto;

Que os guardas do CDP de Diadema

Também estão se alimentando de insetos.

 

Segundo uma guarda que trabalha na portaria

E que tem medo de ser perseguida;

Num desses dias os guardas encontraram

Uma barata no meio da comida.

 

Segundo ainda essa mesma guarda

Que sugere que o caso é sério;

A barata era da mesma espécie

Daquelas que se encontra em cemitérios.

 

Ela tinha asas com poucas arestas

Na parte frontal um par de antenas;

As patas bastantes peludas

O corpo gordinho e a cabeça pequena.


Alguns guardas que estavam saindo pro almoço

Voltaram ali mesmo da porta;

E a barata só não saiu voando

Porque parecia que estava morta.

 

De pronto chamaram um diretor responsável

Que bateu uma foto e lançou em ata;

Antes que um guarda desavisado

Chegasse ali e comesse a barata.

 

Moscas, mosquitos, baratas

E toda espécie de insetos;

São muito comuns na alimentação do guarda

Nas cadeias da COREMETRO.

 

Num dos quatro CDP’s de Pinheiros

Que não necessita falar qual é;

Um guarda jura que encontrou no feijão

Um pedaço de unha de dedo do pé.

 

Os guardas que têm o IAMSPE

E não têm condições de pagar um convênio

Estão com de medo de comer bolo da cadeia

Que possa estar contaminado com arsênio.

 

O sindicato está muito preocupado

Com a possível proliferação do problema;

E caso chegue a outras cadeias

A ENTOMOFAGIA de Diadema.

 

A secretaria ainda não deu um parecer

Mas já deu uma boa informação;

E já sabe como vai fazer

Pra oferecer uma boa alimentação.

 

Disse que vai contratar uma firma chinesa

Porém não vai dar uma data;

Se depender do governo a comida do guarda

Vai ser muito boa e bastante barata.

 

 

 

 

Resolução determina que as operações de intervenção deverão ser filmadas em todos os estabelecimentos penais do Estado


 

A PARTIR DE AGORA AS BLITZ TERÃO DE SER FILMADAS


Resolução foi publicada nesta segunda (14/7) no Diário Oficial. Intervenções em presídios deverão ser filmadas por ao menos 2 ângulos.

Bruna Sales

14/07/2025

Uma resolução da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) determinou que toda ação da Polícia Penal em presídios de São Paulo para gerenciamento de crises deverá ser filmada por pelo menos dois ângulos diferentes. 


O ato normativo, assinado pelo secretário Marcello Streifinger, foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (14/7).

Saiba o que diz a resolução

*De acordo com o texto, ficou determinado ao Diretor-Geral da Polícia Penal para que adote providências no sentido de que “toda ação de intervenção executada pela Polícia Penal em estabelecimento prisional para gerenciamento de incidente crítico e restabelecimento da ordem e da disciplina” seja registrada por meio de filmagem que deverá captar as imagens por pelo menos dois ângulos diferentes.

*A resolução é válida para intervenções por meio dos Grupos de Intervenção Rápida (GIR) ou Células de Intervenção Rápida (CIR) ou, ainda, outro grupo tático a ser empregado nesse tipo de ocorrência.

*As imagens poderão ser captadas com o uso de celulares ou de “outro dispositivo idôneo que o estabelecimento prisional dispuser”, diz o texto. Não há detalhes disponíveis no ato que descrevem quais são esses outros dispositivos.

*Foi determinado que toda vez que houver confronto durante a intervenção, com resultado lesão corporal ou de maior gravidade, um relatório e a cópia digitalizada das imagens registradas, sem qualquer edição, deverão ser encaminhados ao Juiz Corregedor da prisão, bem como à Corregedoria da Polícia Penal.



*O relatório e as imagens deverão ser encaminhados no prazo de até 72 horas após a ocorrência.

*Nos casos em que não houver confronto, as imagens serão arquivadas por, no mínimo, 90 dias no próprio estabelecimento penal, “em mídia apropriada, com identificação da data, hora e equipe envolvida na intervenção, observadas as diretrizes de sigilo, segurança institucional e proteção de dados pessoais”.

*Após o prazo do arquivamento, foi determinado que as imagens deverão ser descartadas de forma segura.


Segundo a resolução, as imagens captadas são consideradas “dados sensíveis” e seu uso indevido “sujeitará os responsáveis às sanções legais e administrativas cabíveis”, sendo vedada a divulgação das imagens fora do contexto legal ou sem autorização expressa da autoridade competente.

O texto também informa que o uso de câmeras corporais, como as da Polícia Militar, se mostra “inapropriado para ações em estabelecimentos prisionais”. Isso porque os agentes penais utilizam equipamentos de proteção na região torácica, como escudos de proteção balística, que coincidem com o local onde as câmeras costumam ser acopladas.

Fonte: Diário Oficial do Estado de São Paulo/Site METRÓPOLES

POEMA: O SEAN P. DIDDY DE ARAÇATUBA



 A opulenta cidade de Araçatuba

Não é mais o oásis que um dia foi;

E que na década de quarenta ficou conhecida

Como a capital nacional do boi.

 

Parada sequente pra quem ia pra Andradina

Cidade que fica ali logo ao lado;

Foi passagem de Antônio de Moura Andrade

Mais conhecido como O Rei do Gado.

 

Como cidade polo ainda concentra riquezas

Por tantas outras que cercam ali;

Como Ilha Solteira, Pereira Barreto

Penápolis e Birigui.

 

Entretanto, reza que Araçatuba

E até para as suas cidades vizinhas;

Tem um centro de ressocialização

Só para presos tops de linha.


Presos cujos crimes foram deslizes

E não foram assim tão expressivos

E indivíduos que cometeram infração

De menor potencial ofensivo.

 

Não obstante ser na essência uma cadeia

E seu contexto de segurança;

Só conseguem ficar num CR

Criminosos de confiança.

 

Para o preso ir para um CR

Não carece ser feio ou ser bonito;

Mas é necessário, além de ser primário

Obedecer a uma série de requisitos.

 

O sujeito não pode ser reincidente

Não ter mais de 10 anos de condenação;

Morar no máximo a 200km a sua casa

E nem ser membro de facção.

 

Tem que ter tido bom comportamento

Bem como histórico de trabalhador;

E após preenchidos esses requisitos

Uma criteriosa entrevista com o diretor.

 

Mas foi justamente por causa dessas entrevistas

E histórias cercadas de suspeição;

Que o CR de Araçatuba

Virou notícia na região.

 

Segundo manchete de um grande site

Que publica notícias regionais;

Para aprovar presos, o seu então diretor

Cobrava vantagens sexuais.

 

As vítimas, geralmente mulheres

Que na cadeia eram cadastradas;

Como amazias e companheiras,

Irmãs da igreja e até advogadas.


No interstício ele recebia as visitas

Quais já estariam pré-agendadas;

E após receber sua recompensa

A ficha do preso era aprovada.


Foi então que uma denúncia anônima

Derrubou o esquema do então diretor;

Que arranjou vaga pra um monte de presos

Com sua fama de pegador.

 

Quando tomou ciência da denúncia

O dito então ouriçou sua juba;

E agora está sendo chamado

De o Sean P. Diddy de Araçatuba.

 

Acuado pelos colegas se jogou

Por esse malíssimo caso de assédio;

Com medo de causar um alvoroço

E os presos balançarem o prédio

 

Com um pouco de sorte foi absolvido

Mas, pelo crime de improbidade;

E disse que gosta de Araçatuba

Mas vai embora pra outra cidade.

 

Perguntada do caso a Secretaria

Ainda não deu uma resposta

E o Sean P. Diddy de Araçatuba

Vai ficar escondido com um 'X' nas costas

 

Disse que se caso for exonerado

Já tem um negócio em vista;

Vai criar um podcast só para homens

E continuar com suas entrevistas.

 

 

 

 

 

 

 

 


POEMA: A FITEIRA BANCADA DA BALA

 




A chamada bancada da bala na Alesp

Que possui caráter personalista;

É uma junção de políticos conservadores

Que tem na Assembleia Legislativa Paulista.


Dos sete titulares que ocupam o cargo

De Deputado Estadual;

Um é da baixada, dois são do interior

E os outros quatro da capital.


Dois são delegados da Polícia Civil

Inexperientes como parlamentares;

Um é agente da Polícia Federal

E o resto são policiais militares.

 

Com discursos políticos de cujas temáticas

São sensíveis ao povo paulista;

Cinco deles se elegeram pelo PL

E dois pelo Progressistas.

 

Acontece que todos esses políticos

Igualdando um discurso conservador;

Angariaram os votos dos policiais penais

Do litoral ao interior.

 

Usaram uma retórica bastante contundente

Com argumentos que tinham de sobra;

E ludibriaram os policiais penais

Como o velho que encanta a cobra.

 

Delegado Olim por exemplo

Que é uma cria da mídia da capital;

Conseguiu arrastar trinta votos

Na cidade de Venceslau.

 

O folclórico Conte Lopes

Da zona norte de onde saiu capitão;

Teve 489 votos em Itapetininga

E 2.200 votos na região.


Não somente pelo alinhamento de ideias

Mas também os efeitos advindos dessas;

Os Policiais Penais votaram nesses caras

Acreditando nas suas promessas.

 

Major Meca por exemplo fez um brado

Inclusive até previu;

Que o salário da Polícia paulista

Seria o maior do Brasil.

 

Capitão Telhada procura ser reticente

Mesmo com seu vocabulário souto;

E por ele ter o telhado de vidro

Não joga pedra no telhado dos outros.

 

Como a regulamentação da Polícia Penal

Já estava quase virando uma lenda;

Eles prometeram não só aprovar

Como também melhorar com emendas.


Foi então que posto em votação aquele projeto

Com todos os ritos regimentais;

A dileta bancada da bala

Deu uma rasteira nos policiais penais.


Suprimiu emendas que garantiam direitos

Aprovou emendas sedimentares;

E transformou as nossas cadeias

Em verdadeiros quarteis militares.


O guarda que tranca preso

Que ouve bastante e pouco fala;

Sabe que as coisas estão como estão

Um pouco é culpa da bancada da bala.


Por nunca ter sido tão enganados

E caído na rede desse engodo;

Só os policiais penais é quem sabe

O quanto sofreram esses anos todos.


No próximo ano terão eleições

E a nossa categoria já sabe como é;

Se pularmos de novo na bala errada

Vai ser mais um tiro no pé.

 

 

 

 

 

 

 

 

POEMA: O TRISAL III E A BASILEIA DE TREMEMBÉ

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