O CPP DE GUARIBA E A HISTÓRIA DO COMPUTADOR ESPIÃO

 

A cidade de Guariba, na antiga rota do café

E que atualmente forma o eixo do sistema prisional;

Fica ha 40 quilômetros de Taquaritinga

E ha 26 quilômetros de Jaboticabal.

Ali há um Centro de Progressão Penitenciária 

Que passou por transformações paulatinas;

E que até meados de dois mil e vinte e quatro

Era uma imensa unidade prisional feminina.

Conhecida, por até final do século passado

Ser polo de região produtora de café;

Guariba, pela dimensão daquela penitenciária,

Se transformou num enorme aglomerado de mulher.

Foi quando o Governo mudou o perfil da unidade

Num processo dúbio e bastante atrapalhado;

Emaranhando a vida das Policiais Penais

E espalhando a mulherada pelos quatro cantos Estado.

Pessoas falam que se comenta pela Ceprnorte

E pela maioria de suas unidades;

Que o CPP de Guariba estaria passando 

Por uma profunda crise de autoridade.

Segundo uma fonte que não pode se identificar 

Porque tem medo de perseguição;

Quem tá mandando e desmandando na cadeia

É uma pessoa que se diz diretor de inclusão.

Nas rodinhas de conversas os guardas falam que ele

É alguém em quem não se pode confiar;

E no jargão de polícia é ele que manda prender

É ele quem manda soltar.

Fofoqueiro e com fama de “leva-e-traz”

Ele não perde a mania de caguetar;

Entregou os colegas que fazem bico

Falou o dia e até o lugar.

O Diretor Geral da cadeia

Faz de tudo pra não causar desavença;

E quando passa por ele põe as mãos pra trás,

Abaixa a cabeça e pede licença.

Quando vai na inclusão o Diretor de Disciplina

Morre de medo de ser cobrado;

E ter que mostrar o fundão coruja,

Quebrar o chinelo e pagar um pelado.

Na inclusão ele mandou colocar um chapão

E transformou o setor numa área privada;

E é um preso de confiança dele

Que atende os guardas e libera a entrada.

No entanto o que mais revoltou os guardas

Que precisam ir e vir na inclusão;

É um computador que fica uma mesa aleatória

Onde ele instalou um aplicativo espião.

Os colegas falam que o intuito dele 

Era bisbilhotar a vida alheia;

O quê que os colegas andam falando

E andam fazendo quando estão na cadeia.

Alguns guardas temem se por um acaso

Ele perder o cargo de diretor;

Ameaçar bater com a língua nos dentes

E revelar o que viu no computador.

Da carceragem à portaria

Os guardas estão arrancando os cabelos;

De como encontrar uma saída

E o que fazer pra detê-lo.

Indignado o coordenador da Ceprnorte

Disse que não entende de tecnologia;

Mas vai mandar instalar um aplicativo espião

No relógio de ponto da portaria.

Pra ver se consegue pegar no flagra

O sem vergonha que anda cometendo fiasco;

Vem pra cadeia fazer dejep,

Marca o ponto e vai pro churrasco.