POEMA PARA VANDA


 

Na manhã daquele dezessete e abril

Alguns fragores se ouviu;

Nenhum gemido se exprimiu...

Alguma pessoa não quis permanecer ali

E alguma pessoa fugiu.


Fuga?

 

A Vanda pode ter lido Clarice Lispector

“A PAIXÃO SEGUNDO G.H.”

A fuga de coisas, identidades e razões

Que não temos coragem de enfrentar


Na manhã daquele dezessete de abril

Algumas sensações se presenciou;

Nenhum olhar encalistrou...

Alguma pessoa não quis permanecer ali

E alguma pessoa chorou.


Choro?

 

A Vanda pode ter lido João Guimarães Rosa

“CAMPO GERAL”

A iniciação à dor do mundo e o choro da infância

Como sentimento experimental.


Na manhã daquele dezessete de abril

Alguém, alguma coisa sentiu;

E tomou-se de um alento

Alguma pessoa não quis permanecer ali

Porque teve algum sentimento.


Sentimento?

 

A Vanda pode ter lido Nicholas Sparks

“DIÁRIO DE UMA PAIXÃO”

O amor verdadeiro, a memória

O passar dos anos, a ilusão.


A fuga, o choro e o sentimento

A inexistência total da afasia;

Causa espanto saber que alguém pode não ter lido

Algum livro que Vanda lia.


O choro é a vasão da alma

Que o coração porventura, não compreendeu;

Causa êxtase saber que alguém

Leu um livro que a Vanda não leu.


Na manhã daquele dezessete de abril

Muitos corações partiram

Muitos olhares cingiram

Por alguém que partiu...


Naquela manhã do dia dezessete de abriu

 

Secaram-se as lágrimas

juntaram-se as flores

Calaram-se as palavras

Abriu-se o livro...


...o livro das vidas

Onde todos os sonhos estão escritos

E escrito em palavras

Todo gemido que se exprimiu


Na manhã daquele dia dezessete de abril.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O CURSO DE NIVELAMENTO DE SERRA AZUL E A VIATURA DE MENTIRINHA

A CADEIA DO VALE TUDO E A ODETE ROITMAN DE RIBEIRÃO PRETO

O PRINCIPADO DE TAIUVA E A HISTÓRIA DO FRANGO ESTRAGADO